sábado, 20 de novembro de 2010

Relatório da Aula "Dia da Consciência Negra"

Introdução

Este relatório diz respeito à descrição e análise da aula de História: "Dia da Consciência Negra". Essa foi aplicada na Escola Nadir Colaço no período noturno, aos alunos na EJA durante seis dias e teve como objetivo principal fazer com que os alunos se percebessem enquanto sujeitos afro-descendentes, a fim de romper preconceitos e estereótipos relacionados aos negros. Os conteúdos contemplaram a cultura afro-brasileira e o dia da consciência negra. Na avaliação foram considerados os aspectos propostos nos objetivos. Sendo assim, essa foi vista como processual e contínua, como propõe Libâneo no texto “A aula como forma de organização do ensino”.

Descrição da Aula

Primeiramente, é importante destacar que esta aula foi pensada para alunos do ensino fundamental inicial. Entretanto, não houve possibilidades de aplicá-la, pois a professora responsável pela turma se ausentou por uns dias da classe e os alunos foram dispensados. Então, por estar estagiando numa sala de Jovens e Adultos apliquei o planejamento com esses alunos na aula de História como foi proposto.
A sala em que sugeri a atividade foi a de módulo III, correspondente a 4ª serie, no qual estudavam 20 alunos. Inicialmente, dividi os alunos em duplas, para que eles procurassem diferenças entre si. Logo em seguida, perguntei se eles eram iguais, e que características os faziam serem diferentes. Aos poucos as respostas apareciam: cabelos, olhos, cor da pele, altura, tom de voz. Alguns alunos mais jovens ficavam sorrindo e outros mais velhos um pouco resistentes, mas aos poucos foram se soltando, até porque eles já estavam habituados a trabalhar comigo.
A partir dessa dinâmica iniciei a aula expondo um cartaz com um texto formado por figuras chamado “Diversidade”, onde eles, verbalmente, contavam a história a partir do que entendiam. A partir disso, muitos questionamentos surgiram: "Professora, como e por que começou essa história de preconceito?", “Por que se comemora o Dia da Consciência negra?”, “Por que esse dia é tão importante?”, "Quem foi zumbi, professora?". Então, distribuí alguns livros e textos da internet que tratavam da formação do povo brasileiro e a influência dos povos africanos na nossa cultura. Fizemos uma leitura juntos e, ao mesmo tempo, fui explicando e respondendo alguns questionamentos que foram anteriormente citados.
No dia seguinte, os convidei para nos direcionarmos a sala de vídeo e assistirmos o filme "Quilombo dos Palmares e Zumbi: verdades e Mitos", relacionado a atividade anterior. Também expliquei que não era um filme muito longo (4min) e que observassem tudo do vídeo, pois alguns disseram que estavam com sono e cansados. 
Ao retornamos à sala, os alunos foram divididos em grupos com quatro pessoas, a fim de responderem algumas questões referentes ao filme (o que mais chamou atenção no filme, características das roupas dos personagens, características das imagens e qual a mensagem do filme). Essa atividade não terminou a tempo, pois os alunos copiaram do quadro e demoraram muito. No outro dia, orientados por mim, eles trouxeram a atividade toda respondida e partimos para a discussão em sala, onde foram destacados aspectos interessantes, como: a relação do filme com as novelas "Chica da Silva" e "Escrava Isaura", e também a questão da religião. A partir dessa última questão, senti a necessidade de pesquisarmos o conceito da palavra MACUMBA, pois muitos alunos, principalmente os evangélicos queriam saber a diferença da palavra. Então, fomos até a sala de computação e descobrimos que a palavra se tratava de um instrumento musical não da religião dos povos africanos que era o candomblé (também não estava no plano de aula). Eles ficaram bem interessados.
Já no outro dia, os mesmos alunos citados acima, queriam saber mais coisas em relação a religião. Eu não aprofundei essa questão, pois não era o objetivo da atividade, mas lhe disse que em outro momento poderíamos estudar a religião desses povos. Então, eles ainda em grupos, construíram um quadro comparativo destacando características do filme que remetesse à cultura africana introduzida no Brasil. A apresentação dos  grupos tiveram duração de 10 minutos. Houve alguns alunos que quase ultrapassavam o tempo limite, mas salientei o tempo de aula, que era muito limitado durante a noite e precisávamos avançar.
Por fim, sob a minha orientação, eles realizaram uma pesquisa na web sobre a cultura afro-brasileira e, já se organizaram nos grupos, distribuindo entre si os temas que iriam apresentar no rodízio cultural na sala de aula. No último dia, a turma apresentou na sala as seguintes temáticas: danças (afro, maracatu e maculelê), comidas (algumas senhoras trouxeram cocadas para distribuir na turma), orixás (com um material emprestado por mim) e escritores negros brasileiros. Os alunos foram convidados para fazer uma feira com essa temática na Escola no dia da consciência negra, pois os professores e a diretora elogiaram muito a atividade desenvolvida.

Análise da Ação

Acredito que um ponto que deixei a desejar foi o tempo, pois em alguns momentos perdíamos o foco principal da atividade e debruçávamos em outros aspectos, como por exemplo, a religião, que foi muito polêmica. Mas conseguimos finalizar as tarefas com calma e com qualidade, apesar de passar do prazo estabelecido no plano.
Outros aspectos que também não estavam no plano e foram introduzidos nas aulas foram: um texto (com ilustrações) extra sobre diversidade, proporcionando, de acordo com Libâneo (2008), que o aluno vá formando noções. Também, nessa preparação e introdução da matéria, os alunos foram estimulados, primeiro a partir da dinâmica inicial e, depois, quando formularam questionamentos. Em relação a isso, o mesmo autor explica a importância dessa introdução, pois permite aos alunos estabelecer ligações entre noções que eles já possuem em relação a nova matéria, bem como o estabelecimento de vínculos entre a prática cotidiana e o assunto. Também, senti a necessidade de levar os alunos a sala de computação, para que eles entendessem o verdadeiro significado da palavra macumba, que é mal interpretado entre eles. Dessa maneira, eu enquanto professora, devo proporcionar ao aluno uma compreensão de qualidade, com clareza e precisão dos conceitos que estão sendo formados, segundo Libâneo.
Um último ponto inserido no planejamento foi a tarefa de casa, que serviu e apoio à aula do dia seguinte. Com isso, também os alunos puderam trabalhar com os resultados na outra aula, como propõe Libâneo (2008), e em conseqüência, aprofundar o assunto.
De um modo geral, apesar desses pequenos empecilhos, a aula foi bastante significativa tanto para os alunos como para que eu pudesse refletir sobre como envolver meus alunos, de modo, que eles saíssem da aula já pensando em voltar. E também, que durante essa ação pudesse se desenvolver, se criar e se transformar condições necessárias para que eles assimilassem conhecimentos, habilidades, atitudes e convicções e, assim, ampliar suas capacidades cognoscitivas (LIBÂNEO, 2008).

domingo, 26 de setembro de 2010

Plano de Aula



Estrutura Curricular


Modalidade / Nível de Ensino    Componente Curricular         Tema
Ensino Fundamental Inicial                  História                        Dia da Consciência Negra

Dados da Aula


O que o aluno poderá aprender com esta aula
  • Valorizar a cultura africana; 
  • Respeitar as diferenças;
  • Se perceber enquanto sujeito afro-descendente, a fim de romper preconceitos e estereótipos relacionados aos negros;
  • Reconhecer a influência africana no processo de formação da cultura afro-brasileira;  
  • Compreender a importância dessa data como reflexão de uma luta em busca de igualdade real de oportunidades; 

Duração das atividades
 4 a 5 dias.

Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
Inicialmente, o professor poderia realizar uma dinâmica com intuito de cada aluno procurar as diferenças entre eles e, ao mesmo tempo, poderia levantar questionamentos, a fim de buscar os conhecimentos dos alunos a respeito da formação da cultura afro-brasileira.





Estratégias e recursos da aula

  • Exibição de trechos do filme "Quilombo dos Palmares e Zumbi: verdades e Mitos" (4 min)
  • Construção de um quadro comparativo;
  • Realização de um rodízio cultural;
  • Atividades em grupos;
  • Utilização da cartolina ou papel madeira;
  • Laboratório de informática;
  • Revistas, jornais, cola, tesoura e lápis colorido.
Atividade 1
Após a dinâmica de grupo, o professor explicará a partir de um texto introdutório, a influência africana no processo de formação da cultura afro-brasileira, a fim de uma melhor assimilação sobre a formação do povo brasileiro.

Atividade 2
Logo depois, os alunos serão conduzidos a sala de vídeo para a exibição do filme "Quilombo dos Palmares e Zumbi: verdades e Mitos".


Atividade 3

De volta a sala de aula, os alunos serão divididos em grupos e o professor distribuirá fichas de perguntas em relação ao filme (tema, personagens, roupas, autores, vestuário da época, características das imagens, o que mais gostou no filme, a mensagem do filme, etc), em seguida será realizada uma discussão no grande grupo em relação as respostas.


Atividade 4

Ainda nos grupos, os alunos construirão um quadro comparativo destacando características do filme que lembre a cultura africana introduzida no Brasil.


Atividade 5

Por fim, os alunos divididos por temáticas (danças, comidas, religião...), realizarão pesquisas (web, jornais ou revistas) sobre a cultura afro-brasileira e apresentarão um rodízio cultural em sala de aula.


Avaliação

O critério de avaliação se dará a partir do momento em que o aluno reconhece alguns laços de identidade e/ou diferenças entre os indivíduos.
Também serão avaliados: participação, interação nos trabalhos em grupos, as respostas da ficha, construção do quadro comparativo e a organização do rodízio cultural.



Pedagogia

Pedagogia é a ciência ou disciplina cujo objetivo é a reflexão, ordenação, a sistematização e a crítica do processo educativo.


Origem


A palavra Pedagogia tem origem na Grécia antigapaidós (criança) e agogé (condução). No decurso da história do Ocidente, a Pedagogia firmou-se como correlato da educação. Entretanto, a prática educativa é um fato social, cuja origem está ligada à da própria humanidade. A compreensão do fenômeno educativo e sua intervenção intencional fez surgir um saber específico que modernamente associa-se ao termo pedagogia. Assim, a indissociabilidade entre a prática educativa e a sua teorização elevou o saber pedagógico ao nível científico. Com este caráter, o pedagogo passa a ser, de fato e de direito, investido de uma função reflexiva, investigativa e, portanto, científica do processo educativo. Autoridade que não pode ser delegada a outro profissional, pois o seu campo de estudos possui uma identidade e uma problemática próprias. A história levou séculos para conferir o status de cientificidade à atividade dos pedagogos apesar de a problemática pedagógica estar presente em todas as etapas históricas a partir da Antiguidade. O termo pedagogo, como é patente, surgiu na Grécia Clássica, da palavra παιδαγωγός cujo significado etimológico é preceptor, mestre, guia, aquele que conduz; era o escravo que conduzia os meninos até o paedagogium . No entanto, o termo pedagogia, designante de um fazer escravo na Hélade, somente generalizou-se na acepção de elaboração consciente do processo educativo a partir do século XVIII, na Europa Ocidental.

Atualmente, denomina-se pedagogo o profissional cuja formação é a Pedagogia, que no Brasil é uma graduação e que, por parte do MEC - Ministério da Educação e Cultura, é um curso que cuida dos assuntos relacionados à Educação por excelência, portanto se trata de umaLicenciatura, cuja grade horário-curricular atual estipulada pelo MEC confere ao pedagogo, de uma só vez, as habilitações em educação infantil, ensino fundamental, educação de jovens e adultos, coordenação educacional, gestão escolar, orientação pedagógica, pedagogia social e supervisão educacional, sendo que o pedagogo também pode, em falta de professores, lecionar as disciplinas que fazem parte do Ensino Fundamental e Médio, além se dedicar à área técnica e científica da Educação, como por exemplo, prestar assessoria educacional. Devido a sua abrangência, a Pedagogia engloba diversas disciplinas, que podem ser reunidas em três grupos básicos: disciplinas filosóficas, disciplinas científicas e disciplinas técnico-pedagógicas.

Objeto de Estudo


pedagogo não possui quanto ao seu objeto de estudo um conteúdo intrinsecamente próprio, mas um domínio próprio (a educação), e um enfoque próprio (o educacional), que lhe assegurara seu caráter científico. Como todo cientista da área sócio-humana, o pedagogo se apóia na reflexão e na prática para conhecer o seu objeto de estudo e produzir algo novo na sistemática mesma da Pedagogia. Tem ele como intuito primordial o refletir acerca dos fins últimos do fenômeno educativo e fazer a análise objetiva das condições existenciais e funcionais desse mesmo fenômeno. Apesar de o campo educativo ser lato em sua abrangência, estritamente são as práticas escolares que constituem seu enfoque principal no seu olhar epistêmico. O objeto de estudo do pedagogo compreende os processos formativos que atuam por meio da comunicação e intercâmbio da experiência humana acumulada. Estuda a educação como prática humana e social naquilo que modifica os indivíduos e os grupos em seus estados físicos, mentais, espirituais e culturais. Portanto, o pedagogo estuda o processo de transmissão do conteúdo da mediação cultural que se torna o patrimônio da humanidade e a realização nos sujeitos da humanização plena. No plano das ideias, o grego Platão (427-347 a.C.) foi de fato o primeiro pedagogo, não só por ter concebido um sistema educacional para o seu tempo mas, principalmente, por tê-lo integrado a uma dimensão ética e política. Para ele, o objeto da educação era a formação do homem moral, vivendo em um Estado justo.